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Recordando os meus velhos tempos do bolinho.

Novembro 01, 2018

Ricardo Correia

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Numa época em que importamos tudo do estrangeiro, talvez porque é mais fino, ou mais chique, ou simplesmente porque o que é de fora é melhor e mais belo, o agora chamado de Halloween no meu tempo era simplesmente o dia dos finados.

 

Vem-me à memória os tempos em que eu era catraio, devia ter pouco mais de seis anos e de sentir as pernas a tremer só de ouvir a palavra... finados. O próprio horror já provinha da palavra. Halloween! Pff isso é para meninos.

 

Afinal de contas ao explicarem-me o que raio era finados, remataram com um "é o dia dos mortos!" Claro está, que na minha cabeça de criança, fiz logo um filme de terror a ver os mortos a levantarem-se das campas e a passear pelas ruas escuras como breu. Somente sendo vistos de relance, nas luzes trémulas dos lampiões de rua.

 

Então eu, uma pessoa naquela altura pouco social, fiquei aterrorizado com um grupo de crianças a tocarem à campainha a pedir bolinhos e bolinhós, durante a madrugada. Sim, porque naquele tempo, não muito diferente do que é agora, seis da tarde já era noite escura e portanto para mim... madrugada.

 

Mas o pior não foi isso! O pior surgiu quando os meus progenitores tiveram a infeliz ideia de que eu, eu a minha pobre alma, deveria acompanhar a canalhada naquele aventura épica. Só me lembro de pensar se não estaria tudo louco! Querem que eu saia à rua, com um bando de miúdos que mal conheço, só porque moram no mesmo bairro e com as ruas apinhadas de mortos-vivos, mortinhos para assustar tudo o que mexe? Foi nesse exato momento que a palavra suicídio fez verdadeiramente sentido pela primeira vez. Agora sim, mais vale cometer suicídio do que ser devorado por um morto-vivo. Quero lá saber dos bolinhos! Eu não quero é servir de bolinho para ninguém.

 

- Vá. Vai lá com os meninos, leva este saquinho de pano e vai para a rua pedir os bolinhos e bolinhós.

 

Mas o que raio é isso de ir pedir bolinhós? Então agora vamos armados em pedintes de porta em porta a chatear a cabeça às pessoas! Então quando a gente numa brincadeira inocente tocava às campainhas e fugiamos a sete pés entre risadinhas, na esperança de não ser apanhado para não levar um tabefe no focinho, isso é que era giro. Agora tocamos as campainhas e ficamos parados à espera de receber um bolinho ou um tabefe? Vai-se lá entender isto!

 

- Anda vai ser giro, podem-nos dar guloseimas e chocolates. - disse um chico esperto do meio da manada.

 

Hum!? Guloseimas? Estes adultos estão tolos por permitirem isto! Então e aquela lengalenga de "não se aceita nada de estranhos? Se tentarem dar-te um doce, um chocolate ou um rebuçado, tu foge imediatamente e chama a policia." Agora como é o dia dos finados já tá tudo bem?

 

Então a gente no super, pede um chocolate e somos fuzilados com um olhar exterminador e agora está tudo bem?

 

Ah! Mas agora tudo faz mais sentido... Naquela altura não entendia. Nós na verdade íamos dar uma de" walking dead". Os que nos derem bolinhos eram humanos, os que dessem guloseimas eram mortos-vivos e deveríamos fugir dali para fora e chamar a polícia a gritar estéricamente dando uma de "sosinho em casa."

 

Feliz dia do bolinho. Feliz Halloween.

A Nossa História de Halloween - A Velhinha e a bruxa má

Outubro 31, 2017

Ricardo Correia

Elenco: Ema Correia e Ricardo Correia. Realização: Cláudia Correia e Xavier Correia.

Banda Sonora: Som ambiente e ruídos de fundo. 

 

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Era uma vez uma velhinha, muito velhinha que mexia o seu caldeirão ao lume, no fogão de lenha. A seu redor estava um gato preto, muito preto deitado ao calor. As velas da cozinha tremiam frágeis como a velhinha. A velhinha ia agarrando frasco atrás de frasco, deitando os ingredientes na panela e à medida que mexia o caldeirão ia-se lambendo e rindo da sua receita.

Concentrada nos seus afazeres a velhinha, muito velhinha, nem se apercebeu que o negro cobriu todo o céu e pouco depois caiam relâmpagos assustadores perto de sua casa. Uma sombra negra cobriu a janela e o gato eriçou o pelo e soltou um miar estridente. Miauuuu! O lume do fogão ficou fraquinho, fraquinho e de repente as velas que iluminavam a cozinha apagaram-se ficando tudo escuro!

Pum, pum, pum! Soaram três pancadas na porta! Mas quem seria a esta hora? Perguntou a velhinha com medo. A velhinha acendeu uma véla com as mãos a tremer, e dirigiu-se para a porta. A porta rangeu. À medida que a velhinha entreabriu a porta com as mãos muito tremulas e um vulto de chapéu comprido e bicudo sobressaiu na bruma. Com uma cara muito feia e uma enorme verruga no queixo, arrastar o seu cajado e com uma voz rouca perguntou?

- Sabes porque eu vim não sabes velhinha? Onde está o que procuro?

A velhinha cheia de medo disse nada saber. Então a bruxa má deu um empurrão á velhinha e correu para junto do caldeirão. Agarrou numa enorme colher de pau e levou o caldo à boca. - Hummm que delicia! - exclamou a bruxa má. Então a velhinha exclamou:

- Vieste aqui só pelo caldo de caramelo? Larga isso imediatamente sua bruxa má, esse caldo é para os meninos da vila. - a bruxa má deu uma enorme garagalhada cat-837517_640.jpg
- Ah ah ah. Agora é tudo meu e de mais ninguém. E vou levar este caldeirão comigo e ninguém me vai parar.

Quando a bruxa se preparava para sair com o caldeirão muito pesado, não reparou no gato à sua frente e tropeçou no pobre animal, o caldeirão voou para o ar e deu uma cambalhota na vertical, e todo o caramelo caiu em cima da bruxa má enquanto esta lançava um grito de terror. - Ahhhhhh! O caramelo era tão espesso, tão espesso, que a bruxa ficou em pedra não se conseguindo mexer mais. Assim o gato preto e a velhinha cozinheira riram-se da bruxa má e da sua goludice. Ainda hoje a estátua da bruxa má em caramelo, pode ser vista na cozinha da velhinha.

 

 

FIM

 

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