Apanhê-te mamã!
Novembro 11, 2017
Ricardo Correia
Como já se tem vindo a tornar hábito a Beatriz vem sorrateira ao fim da noite enfiar-se na nossa cama no meio de nós.
- Tápa-te bebé que está frio - Disse-lhe eu aconchegando-lhe o edredom.
- Ah papá papá papá! - como quem diz, não está frio nenhum tu é que és um "caguinchas".
Já o dia estava a clarear, era para ai umas 8h e pouco e a Cláudia levantou-se para ir à casa de banho. Quando chegou à cama já lá estava a intrusa no meio de nós, então deitou-se ao meu lado para a pirralha ter mais espaço do lado dela.
- Papá, a mamã?
- Foi à casa de banho, bebé.
- À casa banho!
- Sim à casa de banho, já vem.
Não ficando muito convencida, decidiu por-se de joelhos na cama e entre o escuro e o claro achando estranho o volume do meu lado ser maior do que o normal. Depois de processar toda a informação que nem detetive...
- Áh áh! Apanhê-te. Apanhê-te mamã!
- Anda deita-te e deixa a mamã. Pára lá de te rir. - disse eu pondo-a deitada.
- Não tou a guir papá.
- Ai não? Então, tás a chorar?
- A chorar não papá. Tou a guir.
Entretanto fez-se um silêncio. Por pouco tempo.
- Não, nem penses...
-
- Eu tou a ver essas letras todas já na tua cabeça para o blog.
- Nã!!! Não tás nada. - Exclamei eu
- Estou, estou. Já te estou a ver a escrever isso tudo aí na tua cabeça!
- Mamã qué bonhecos...
- Anda dorme mais um bocadinho.
- Tá de note?
- Não mas ainda é cedo.
- É dia?
- É mas ainda é cedo.
- Qué bonhecos!