A luta pelo fim
Novembro 07, 2017
Ricardo Correia
Neste antro húmido do medo
Surge a escuridão que tanto temo.
Os ruídos miudinhos,
Os passinhos curtinhos.
O ranger de fininho,
Arrepiante ermo.
No vácuo, na sombra.
Cai em ti!
Clamo pelo senhor de negro
De manto gélido, e foice erguida
Queres-me levar para o teu céu?
Nobre cínico ermida.
Rogo-lhe eu, num suplico mudo.
Triste sina que me bateu à porta.
Não tenho gado, não tenho horta.
Só me resta esperar pelo meu amo,
Na incumbência patriota.
Na luta contra o desumano.
Regedor satânico, Cipriano...
Mas de que me serve,
Esta mundial latrina?
Este esgoto perfumado!
Este ouro, este “el dourado”.
Acabou o ser abençoado.
Afasta-te de mim...
Hipocrisia social,
Do bem na luta contra o mal.
Então lutas sozinho
Pois o mal prevalece.
Há mais ódio de que mar.
Há mais guerra do que luar.
E ninguém se apercebe
Do que está prestes a acabar.
Sismos arrepiados vulcânicos,
Lavas ardentes abençoadas
Chuvas ácidas destroçadas.
Começou a ira dos satânicos.
Lê a Bíblia sagrada
Estuda o Alcorão.
Qual dos dois tem razão?
Acabou... A união, a ilusão.