Qual Sou!
Outubro 23, 2017
Ricardo Correia
Qual sou!
O que corre rápido,
Desajeitado e tonto.
Reflexo no espelho
Jibóia bailarina
Sanguinária e fria.
Esfomeada do deserto
Líder de um céu incerto.
E o teu medo peculiar
De quem espera no altar,
Jamais segue os anticorpos
Corruptos, desonestos,
Impuros, líbidos...
O que vai na minha mente!
Ideias horrendas, estapafúrdias.
Duma vida negra, hedionda.
Ou da realidade virtual
Dos anjos, ao paraíso ancestral.
Fica perto de mim
Manta apetrechada de buracos!
Por onde me escondo fugaz.
Ruído casto, morte audaz!
Será disto que me escondo?
Aguardo por um suicídio em massa!
Escorro o néctar venenoso “in victro”
Encolho-me em posição fetal.
Será que quero começar de novo,
Ou morri para a ingenuidade?!
Serei crucificado aos olhos do povo.
E ela serpenteia à minha volta
Progenitora, protectora do seu ovo.
Quebro a casca e ergo-me.
Do mesmo veneno, suco gástrico
Cordão umbilical, separado do feto.
Mas não deixo a minha manta
Que me cobre e encanta
E sou eu outra vez...
E não o eu de outra vez.