Praia o que há de melhor?
Agosto 17, 2018
Ricardo Correia
Chegamos finalmente à praia cheios de entusiasmo, engadanhados e a escorrer suor de todos os poros. Uns trazem os chapéus, têm que ser dois, porque uma sombra para cinco não dá, outros o saco da marmita, as pequenas o saco dos brinquedos e a bola e outros a mala das toalhas. Neste caso seis. Convém uma ficar minimamente limpa, uma vez que a Beatriz tem a mania de fazer castelos de areia em cima da toalha dela. As outras toalhas, nunca se vêm livres de areia, porque o "tratorzito" passa por cima delas sem dó nem piedade e ri-se contente por deixar pegadas. Portanto, já desisti de sacudir a minha toalha, senão não fazia outra coisa ao longo do dia do que andar a sacudir as toalhas e não tenho paciência para repetitices, de modo a ver a mesma cena uma outra e outra vez!
Montamos o estaminé, nos cinco metros quadrados que nos competem, na esperança de não ficar numa divisão geminada, com alguém que leve três taipais, para delimitar a sua zona jardinada.
Entretanto ainda estamos numa de estender as toalhas e já está a pequenita a dizer "qué ir nadar". Se podessem, as miúdas andavam na água de manhã até ao pôr do sol. O Xavier é um bocado mais friorento e prefere mais toalha à água. Lá vamos nós em excursão em direcção à banheira gigante, rezando para que um Icebergue não se tenha lá derretido durante a madrugada.
Aproximo-me da água à espera de molhar o dedão grande do pé, ainda meio arrepiado com a água fria, e a Beatriz já está com água pela cintura a vai dizendo "- está boa papá, está boa", lá vai ela andando, sem problema algum da água fria, enquanto eu faço de super-homem em cueca, a confirmar a afirmação da pirralha. "pois tá bebé, pois tá. Tá boa."
A mãe entretanto alerta a pirralha.
- Beatriz, pára... Olha que ficas sem pé!
A Beatriz meio desconfiada pára, olha para baixo e depois levanta um pézito.
- Tenho pé mamã. Vês. Aqui. Olha mamã, tá qui pé.
- Não é isso, tola. 😄 Afundas-te, tens que ficar na bordinha.
- Nam - amuo - eu quero nadar sozinha.
No meio disto tudo vem uma bola disparada pelo Xavier de modo a salpicar toda a gente à volta e arredores. A malta encolhe-se, chama-lhe uns poucos nomes entre dentes e risadas. Enquanto nos habituamos à água vamos jogando um "water-volley", até começar a chover salpicos ou a rebentar a guerra de chuvada. Assim ficamos logo bem molhadinhos e habituados à água. De resto é onde passamos a maior parte do tempo.
A Ema e a Bia são duas patitas e portanto para tirá-las de lá, só ameaçando que está para chegar um tsunami e como tal temos que nos pôr a salvo. A única solução é correr para as toalhas para nos abrigarmos, ou seremos arrastados por tubarões até ao outro lado do Atlântico.
Até eu sou um aficionado pelo mar e tambem é difícil tirarem-me de lá. Depois de habituado à água sou capaz de ficar de molho até enrugar. Já a Cláudia é como o Xavier, é capaz de ficar na toalha ao sol a torrar. É como um suadouro ao ar livre! A mim, dêem me sombra por amor da santa, porque se apanho um bocadinho de sol que seja, já ninguém me consegue ver de tão escuro que fico.