Insanidades
Outubro 17, 2017
Ricardo Correia
Deixa-me estar só. Vazio!
Cambaleando no ventre da lamúria.
Seco e desgrenhado no leito da morte.
Quem me aguarda, quem me espera?
Não segui o teu rumo, nem teu Norte.
Fustigado no sacrifício do medo,
Aguardo eu o teu pecado,
Minha quimera latejante.
Meu sorriso enganado.
Quem julgas tu que és?
Para me dissecar sem razão, sem acto.
Nem o pároco, nem o exorcista
Se nega aos meus desvaneios.
Não te perdoo-o divino solúvel,
Pomba branca em extinção
Senhor de todos os males
Abdico do meu coração,
Sou sacerdote do vazio
Oco e doentio.
Estende-se a dualidade
Do frágil julgamento.
Ergam a víbora, ré cruel,
Molestem o ressentimento.
Ninguém te dará tréguas,
Que comece o apedrejamento
Jamais te ferem ou te rompem
Nobre Lady dos Céus,
Senhora do isolamento.
Serpenteia na taça,
E esvai o sangue!
Consome o veneno e desiste...
Sem remorsos, sem piedade
Que nela persiste.