Dia da família na escolinha
Maio 15, 2019
Ricardo Correia
Hoje foi dia da família na escolinha da Beatriz.
Os papás foram convidados para passarem um pouco da manhã com os seus pequenotes na escola, e assim conhecer um pouca das suas brincadeiras do dia-a-dia.
Então começamos por encher as nossas grandes barrigas na mesa do pequeno-almoço. Afinal de contas, de manhã é que se começa o dia, e não se pode andar de barriga vazia! Senão como teríamos forças para as brincadeiras?
Depois fui puxado para a mesa do chá de bonecas. Ora, o que há de melhor numa festa senão comer, e saltar de uma mesa para a outra como num casamento!
Sentei-me num banquinho pequenino e a Beatriz "serviu-me" o chá com bolachas, e depois perguntou, "queres mais papá?" E nem me deu tempo para engolir o chá, já estava ela a finalizar: "Pronto já comeste tudo."
Ela estava em pulgas para me mostrar o resto da sala e demais brincadeiras. Por isso de seguida virei, salvo seja, cabeleireira. Pentear as bonecas, por-lhes umas coroas de rainha, empiriquitá-las de pulseiras e fios, enquanto a Beatriz dominava o pincel do blush nas bochechas plásticas da bonecada, e de vês em quando lá ia parar às bochechas dela.
Claro que fomos invadidos por outras meninas que diziam ser chiques... penso que influência dos novos desenhos animados da "Fancy Nancy Clancy", que a Beatriz também costuma ver.
Depois fomos para a mesa dos construtores. A Beatriz surpreendeu-me com a arte de dominar as ferramentas e os parafusos. Mas, também não durou muito tempo, porque algo mais interessante chamava por ela.
Como o almoço estava próximo, tivemos então que ir às compras ao "mercadinho da sala", onde há uma caixa registadora "à séria", uma balança e carrinhos de supermercado para podermos fazer as nossas compras para o almoço. Enchemos o carrinho com fruta, carne e pimentos. Hum, delicia!
Fizemos puzzles, lê-mos uma história e fizemos colares da carochinha.
Mas o melhor estava para o fim. O que ela queria mesmo era despachar toda a brincadeira entre paredes para sair desenfreada para o pátio em direção ao escorrega. Ah! Agora sim, a brincadeira preferida dela. Aquela que a deixa mesmo com um sorriso de orelha a orelha, e um bom soltar de gargalhada. O deslizar livremente a sentir o vento a embater nos cabelos. O sol, o ar puro... e um bom escorrega; fazem-na uma criança feliz.
Depois foi o pior! A parte das despedidas. A beicinha e o soluço, quando chegou a hora dos papás irem embora e eles terem que permanecer na escola. Agarrou-se ao meu pescoço como uma lapa e não queria largar.
Disse-lhe que era só por mais um bocadinho e que o tempo passava a correr, e logo logo a mamã estava lá para ir buscar como de costume. Então ela deu-me um beijinho repenicado na minha bochecha e disse-me adeus e "até logo papá!"
Claro que o meu coração também ficou meio encolhido com a despedida, mas enfim... faz parte da vida!