Deambulando na sombra
Outubro 12, 2017
Ricardo Correia
Deambulando na sombra
Sigo um caminho
Sem volta nem sentido.
Mergulho no Norte,
E nado para Sul,
Nas velas de um moinho
Melancólico e temido
Vagueio sem nome,
Com memórias sem data
Uso a causa da sentinela
Do olho por olho.
Perfume devasso dela
Jamais o rompe,
Jamais o sente,
Não tem nome
Não é gente.
A dúvida subsiste
Á pergunta frequente.
Da morte à reencarnação
Premeia os fortes e leva
Os fracos á devastação.
E ela? Emerge e surge
Lânguida e voraz,
Sem rosto, sem olhar
Fria e gélida
Paralisando o luar.
Quem vai, quem fica.
Salta a corda
Pula a mente
Não há chuva, não há vento
Não há gente, nem momento
Tudo mente, tudo cala.
Acorda no acaso
Ingratidão desmerecida.
Não te iludas, triste ser
Não há terra, não há vida!