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Fomos ao Dino Parque. E então?!

Setembro 09, 2019

Ricardo Correia

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Chegamos cedo. O sol ainda se espreguiçava meio ensonado por de trás das nuvens, na esperança de que a brisa que se fazia sentir, fosse suficientemente forte para as empurrar para longe. 

 

Apesar de sermos os terceiros da fila, ainda aguardamos uns bons minutos até conseguirmos adquirir os bilhetes. 

 

À nossa frente estava um casal espanhol. E a adivinhar pelo tempo que demoraram na bilheteira, penso que eles estavam a tentar fazer check-in para um hotel! A muito custo a funcionária lá lhes conseguiu explicar, que a única forma de dormirem ali, era acampados numa tenda por baixo de um Tyrannosaurus Rex. Penso que, terão de algum modo ficado entusiasmados com a ideia, pois lá acabaram por entrar na esperança de irem viver uma grande aventura à moda do Parque Jurássico. 

 

Acho que no fundo, até eu ia na esperança de embarcar numa dessas aventuras, em que os pelos eriçam e a malta se borra toda de medo... 

 

Entramos então na história em si. Somos devorados pelo conhecimento dos dinossauros existentes na Lourinhã à milhões de anos atrás. Podemos ver algumas ossadas reais e algumas delas em tamanho real, ao qual não posso deixar de confessar, que achei divinal. Estas réplicas sim, enchem-me a vista. Até porque nos mostram algo pálpavel e podemos sempre aprender algo com esta visita.

 

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Depois de se passar a porta do verdadeiro museu, e entrar no mundo do jardim com os dinossauros plantados, a essência da história vai-se desvanecendo. Fica apenas as réplicas em tamanho real e os nomes dos bichos que são complicados de dizer para caraças. 

 

E por mais que a gente tente, e faça de tudo e mais alguma coisa para manter as crianças motivadas, a verdade, é que isso se vai tornando uma missão impossível. O ponto de saturação atinge rápidamente o auge, se não formos aficionados pelas personagens principais, e nem os sons, repetitivos dos pré-históricos que vamos ouvindo ao longo do percurso nos vão mantendo despertos. 

 

A Beatriz, a certa altura já dizia que estava muito cansada e foi a maior parte do tempo ao meu colo. E se ela pesa... Gente como ela pesa! A Ema a cada metro que andávamos perguntava quando é que aquilo acabava e onde era a saída, porque também já estava cansada, e ainda nem a meio do percurso íamos.

 

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Eu confesso que esperei sempre até à última, para ver quando o chão iria começar a tremer, e do nada surgisse um dinossauro a correr faminto e medonho a rugir, em nossa direção. Eu imaginava as nossas caras de pânico enquanto largávamos numa correria desenfreada para bem longe dali. Assim mesmo à moda de Hollywood. Na minha cabeça já tinha a cena toda protagonizada.

Bem! Mas não se pode ter tudo, não é verdade? Portanto, esta aventura ficou-se somente por um belo passeio no parque ao ar livre, a desfrutar do que melhor a natureza tem para nos oferecer. Num ambiente de grande tranquilidade. 

 

E por volta da hora de almoço chegámos finalmente ao fim. Ainda passámos pelo pavilhão das atividade onde os miúdos ganharam um mini dinossauro cada um. A zona da restauração estava abarrotar de gente, para variar.

Afinal de contas o bom povo português gosta é de comes e bebes. Até a feira do Livro já tem tasquinhas de comes e bebes... porque a cultura dá cá uma fome!

 

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A meu ver, este parque tem pouca interatividade e motivação para as crianças. E também o preço elevado dos bilhetes não se justificam pelo que o parque tem para oferecer. Para passear ao ar livre ou fazer um piquenique numa das mesas existentes ao longo do percurso, podemos bem ir a qualquer outro parque e não pagamos a estadia.

 

O Dino Parque é uma espécie de jardim Botânico, mas ao invés de ter árvores de todo o mundo e de várias espécies, tem estátuas em plástico dos vários tipos diferentes de dinossauros do tamanho do mundo. A malta ainda se arrisca a sair dali, e a ter que usar um colar cervical por tentar olhar para a cara dos bichos do tamanho de um arranha céus.

 

Confesso que não sou um dino-aficionado. Nem fanático pelo Jurássico Parque. 

De qualquer forma tinha-mos sempre um plano B e por isso o nosso roteiro também incluía uma ida a outro lado.

Afinal conhecendo os bacurinhos como nós, sabíamos que ao fim de 2h30m mais coisa menos coisa estávamos despachados dali. E pelo que já tínhamos andado a sondar nas entranhas da Internet, apercebe-mo-nos que o parque não tinha assim grande coisa para se ver.

Por isso a minha dica para quem vai ao DinoParque é... que tenham sempre um plano B. 

 

Tenho de ir à minha vida

Setembro 03, 2019

Ricardo Correia

Regresso à escola.jpg

Hoje começou oficialmente a nova época. Não, não estou a falar da bola! Mas sim do trauma do inicio da nova época escolar.

Principalmente para os mais pequeninos, como é o caso da Beatriz. 

Aquela que deixa os putos numa pilha de nervos e os pais a arrancar cabelos e a ganir à boca cheia.

Em parte, porque sofremos por antecipação por ir depositá-los naquele armazém, repleto de putos de vários feitios e birras para todos os gostos. Onde muitas vezes os vemos embrulhados uns nos outros, uns a rir e outros a chorar baba e ranho, e algumas auxiliares na maior descontração a  assistir ao "wrestling" e a acharem um piadão ao invés de os separarem. Porque enquanto um não partir a cabeça, ou deslocar algum membro do corpo, está tudo bem! Afinal de contas os miúdos são fortes!

E como tal, achamos, que ao chegar à porta do infantário vem aquele berreiro infernal, capaz de nos perfurar os tímpanos, como quando passa por nós um veículo de emergência com a sirene a berrar aos ouvidos!

Era uma daquelas profissões, educador de infância, que eu abraçava com todo o amor e carinho, se já me tivesse sido diagnosticado demência mental! Uma coisa é brincar com os nossos filhos e saber dar-lhes a volta em certas birras, outra, é aturar os putos todos do bairro!

É por isso que as festas de aniversário são só uma vez por ano! Para não deixarem os pais do aniversariante completamente alucinados e em estado vegetativo.

Observo então, a mãe com olhar distante e perdido no horizonte a magicar um daqueles planos diabólicos, na esperança de evitar a choradeira de pré-época. A sua mente brilhante soube puxar pelo lado mais pindérico da bacurinha. Fomos então às compras de uma roupa nova que lhe enchesse as medidas, sim que a Beatriz não veste qualquer coisa! Ah pois não! 

O pai sim, esse tenta lhe enfiar qualquer coisa pela cabeça à baixo, mas depois leva logo com o mau feitio dela, a dizer que "essa roupa é feia e não combina" Pffff, não combina! "What a hell"!!!! A pirralha já opina... 

Então hoje de manhã o acordar e o preparar para a escola foi deveras tranquilo! 🙏 Vestiu a roupa nova e uma mochila nova com as suas traquitanas lá dentro, e lá foi ela toda vaidosa. Até me estava a custar acreditar. Hum, não podia ser verdade. Ainda estou à espera da choradeira!

Vá-lá Bia, estás a falhar filha! Manda lá a choradeira, vá. O pai aguenta. - Dizia eu para mim próprio na esperança de ouvir um soluçar, mas nada. Nada de nada! Será que a bacurinha cresceu?

Seguimos então no nosso móbil até à porta da escola, onde estacionei o veículo. Olhei sobre o ombro, para a observar no banco de trás com uma carinha triste, e ainda com aquele feeling de ver as lágrimas a rolar cara abaixo. É agora! - pensei eu maléfico.

Eu - Já chegamos à escolinha. Estás pronta Bia?

Beatriz - Olha pai - pausa - vou ficar triste.

Eu - Então porquê filha? Vais ver os teus amiguinhos todos e brincar muito com eles... porque vais ficar triste?

Beatriz - Porque vou ter saudades da mamã e do papá.

Eu inchado de orgulho - É normal filhota. O papá e a mamã também vão ter saudades tuas quando estiverem no trabalho.  Mas depois logo ao final do dia vimos te buscar e as saudades passam.

Beatriz mudando completamente a expressão - Pois é papá! Mas agora, tenho de ir à minha vida! Por isso põe-me a mochila às costas.

Fiquei boquiaberto com esta. Foi como se tivesse levado com um peixe espada bem assente na tromba. Abri-lhe a porta e ajudei-a a por a mochila, ainda em transe ou estado de choque completamente estupidificado com a expressão "tenho de ir à minha vida!!!!!". E não ficou por aqui.

Beatriz - Ah pai,  eu vou à frente! - disse autoritária mandando-me um "chega para lá".

Já não sabia se era eu que a estava a levar à escola, ou se ela me estava a usar como serviço de táxi. 

Chegamos ao pequeno hall onde as educadoras recebem os pais, e já havia uma azáfama tremenda com outros pais a fazerem as suas entregas. A Beatriz acanhou-se à entrada. Ficou encolhida e meio tímida sem saber o que fazer. Se avançava ou se corria dali para fora. Era agora! Era agora que ia começar a choradeira... 

Eu - Vai lá Bia. - Dei-lhe um toque leve nas costas para a incentivar a avançar. - Vai lá à tua vida, rapariga. 

Ela esboçou um sorriso, deu-me um beijinho e desapareceu a correr para dentro da escola, como se fosse a segunda casa dela.

Sem um pingo de fluído lacrimal!

 

 

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