Pelo infinito só os dois.
Fevereiro 28, 2018
Ricardo Correia
Sinto-me sem forças
Para contestar este medo!
A distância que se abre,
O fosso que se cava no enredo.
A barreira que se formou,
Sem diálogo entre nós, tudo mudou!
Entrego-te a mágoa e as recordações
De outros tempos, e o monólogo da tristeza.
Espero rejubilar, porque sempre fui assim
E não tenho remédio algum, perante a natureza.
Deixo-te as cartas porque não te entendo.
Não te escrevo mais. Deixei de ser servo.
Sou incapaz de te desejar
E somente a distância me pacifica.
É nos desígnios do reino Uno
Que me ergo e me purifico.
Rompo o medo, rompo o laço
E sigo o traço da sina.
De continuar somente solo
Nesta minha triste vida.
Em vão consigo contemplar
A destreza de estar só,
Sinto falta do meu par
Da minha metade, do meu nó.
É quando não estás que sei:
Que não vivo, que não respiro,
Que preciso de ti a cada segundo
Que és todo o meu mundo.
Quero envelhecer a teu lado,
Morrer nos teus braços,
Ser um ser presente, amado.
Quero te dar amor e paixão
Jogos de sentimento e sedução.
Anda, estende-me a mão.
Vou deixar o orgulho de lado
E fazer uma confissão.
Ao deitar a cabeça no teu peito
Voltar a sentir o teu coração,
E dizer-te no teu leito,
Que não vivo sem ti,
Sem o teu amor.
E estou vivo e desperto
Para me entregar ao nós
E deixarmos de estar sós.
De um amor que se ergue
Só pela troca de olhares.
Dar azo ao sentimento
E viver no aditamento
De um dia até ao infinito
Sermos sempre só os dois.