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3 em Linha

-Blog familiar é só entrar com boa disposição- 😉

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Falo ao teu ouvido!

Dezembro 05, 2017

Ricardo Correia

buzio.jpg

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Não posso falar agora, linda!

Sou a voz que ouves nas sombras.

Que te acompanha ao luar,

Em passeios nebulosos

Desafiantes, insinuosos.

Esta voz estará lá sempre,

Sempre que precisares

E é por isso que estou aqui

Outra vez para te consulares.

Da escuridão emerge o azul

“luce dei cieli”

Um raiar vibrante, um sopro...

Um alento deslumbrante, um fôlego...

Um crescente de esperança

O agarrar de uma lembrança.

No vislumbre do sol

Não te concedo aparência.

Sou a voz que ouves no escuro

A tua nova alma, a tua essência.

O odor presente lilás

Não mais queres quem o trás.

Mas estarei lá, sempre para ti

No olhar universal,

Na boca do mundo.

No espaço ancestral.

Ao teu ouvido respiro

E solto a voz da razão

Não tenho ar de gente

Mas falo a voz do coração.

A azáfama natalicia

Dezembro 04, 2017

Ricardo Correia

 

 

Horário-especial-para-compras-de-natal-300x300.jp

Começou a azáfama natalícia. A procissão aos shoppings. A correria do entra e sai em cada loja na busca do santo graal. E ainda só vamos a dia 04 de Dezembro! Sussurrando aqui uma confidencialidade, também ainda me faltam comprar muitas prendas, não que não saiba o que comprar, que isso já está decidido.  O complicado é ir enfrentar as filas de trânsito, o jogo do assalto ao castelo à caça de um lugar de estacionamento, as barricadas à frente das estantes e a zaragata ao tirar o último artigo da prateleira. Faz-me lembrar um filme já muito antigo, daquele pai desesperado atrás do último brinquedo à face da terra, que o filho queria tanto e ele se esqueceu de comprar.  E então se tiverem um carro a GPL como eu, já desisti de ir procurar nos lugares reservados a GPL, porque como não há respeito nenhum é a lei da selva, quando lá chega está cheio, mas nenhum carro é a GPL, ou não têm o autocolante para não parecer mal.

 

De facto acho deveras aborrecido esta coisa de termos de puxar pela cabeça para descobrir o que oferecer, o quê e a quem.  Se for alguém que a gente conheça bem, então faz sentido, rapidamente se chega lá. Agora se for aquela triste ideia do "é só uma lembrancinha....". É caso para dizer "- bolas que desperdício de dinheiro!"  Uma coisa é comprar e oferecer prendas que realmente sejam úteis ou façam falta a essa pessoa, ou para a casa, outra é somente comprar por comprar, isso a mim faz-me confusão ao cérebro.  Antigamente os nossos avós corriam-nos a meias e a cuecas. Ninguém gostava como é óbvio, mas pensem bem, era útil ou não era? Torciam o nariz mas o que é certo é que depois do Natal passar e da passagem do ano, toda a gente acabava por vestir e calçar essa prenda. Ah pois é! 

 

O Natal devia ser como nos casamentos, cada um fazia uma lista, ao estilo "lista do que faz falta" e a malta ia comprar sem grande stress.

Masculino-Shi-Duoka-de-captura-clipe-verdadeira-ca

 

Muito mais simples! Ou então vai tudo corrido a cartões prenda, ficávamos com um cartão presente de cada loja, ao longo dos anos. Já podíamos nos dedicar a uma coleção original, que era a dos "cartões presente". E depois metíamos cá um estilo  ao agarrar naquela carteira e ela ir abrindo para baixo tipo degraus com os diversos cartões. Imaginem só...

 

Entretanto ficamos todos a aguardar ansiosamente com a língua de fora pelos tão aclamados bom-bons de Natal. Muitas caixas, sejam elas grandes ou pequenas de diversas marcas e sabores. Um autentico cocktail de chocolates. Oh Yeh! Um aqui, outro ali vamos enchendo a pança, os chocolates vão desaparecendo e a gente nem dá conta do que enfardámos, entretanto exclamamos em voz alta, com a máxima inocência "- É pá já comeram os bom-bons todos! Eu só comi uns dois ou três!" Esquece-mo-nos de por um zero à frente desse número mas ninguém repara. Quem fica também em forma de zero é a nossa barriga. Só que mais cheia do que o zero. 

 

 

Em estilo passeio sem destino aparente

Dezembro 02, 2017

Ricardo Correia

car-highway.jpg

A música entoava a meio tom pelo meio da conversa dos adultos, sentados no banco da frente do automóvel, ao mesmo tempo que conduzia o meu bólide descontraído pela estrada fora. As duas miúdas sentadas no banco de trás, uma a apreciar a paisagem de olhos fechados dormitando com a cabeça reclinada na cadeirinha, enquanto a outra a mais velha, suspirava pelo aborrecimento próprio da idade, de quem já começa achar que passear com o pai e com a mãe se está a tornar uma seca. Era bem melhor estar aturar o canal Disney ou a picotar o tablete com os joguitos impingidos pelo 'googleplay'

 

A conversa dos adultos foi entretanto interrompida pela Ema em sinal de alerta, em tom de quem estava aprestar atenção ao caminho mais do que eu. Estaria ela certa! Hum...

- Pai! Acho que já passamos por este Bombeiro paí umas quatro vezes. 

- A sério Ema?! Não pode ser - retorqui eu.

- É verdade. Olha é sempre a mesma rotunda com a mesma estátua do bombeiro!

- Não é nada! Olha este bombeiro está apontar para ali e outro à  bocado estava virado para o outro lado. - Tentei disfarçar eu, confiante da minha resposta.

- Claro, à bocado vínhamos de cima, e agora vamos para cima, por isso é que é o mesmo bombeiro, pai! Só que virado ao contrário - Disse a Ema sábia da sua resposta. 

 

Já lá vai o tempo em que conseguia dar a volta à questão sem ser apanhado. A minha copiloto também andava com o radar em baixo, e sem sinal, porque todas as vezes que dizia, "é por ali." Acabávamos numa estrada sem saída ou a entrar numa mata com estrada de terra batida. Enquanto isto a Ema ria-se do pai tonto.

 

Eu não querendo admitir que andávamos em círculos perdidos e mais uma vez, quem precisa de GPS's. Afinal de contas andávamos a passear sem destino certo, somente a ver a paisagem. Ainda disse à Ema que logo por azar era feriado e não havia ali nenhum carro que soubesse o caminho para eu seguir atrás dele.

 

Antigamente desdobrávamos os mapas em papel com todas as estradas do país, que tinham que começar a ser abertos no banco de trás para se conseguir ver onde estávamos, e acabávamos sempre a ver o mapa de pernas para o ar. Mas quem ligava a isso? Queríamos mesmo era ir por essas estradas fora somente pela aventura.

 

De volta a casa tive uma discussão valente com a Ema e com a mãe. Vimos um carro, daqueles quadriciclos (papa-reformas), com a matricula 88. E eu disse com firmeza.

Eu - Olha ali aquela matricula! Tem os oitos de cabeça para baixo.

Ema - Não tem nada! Estão bem. 

Cláudia - Olha passou-se andas a ver mesmo mal.

Eu - A sério, vocês não vêm! Os oitos estão de cabeça para baixo.

Ema - Ó pai! Estão bem é mesmo assim. 

 

Seguimos atrás do carro para aí uns cinco quilómetros ou mais, sempre na mesma discussão. A Cláudia só se ria da minha parvoíce. - Vais dizer que é por a bolinha gorda estar em cima e a pequena em baixo?

Eu - Ah! Afinal sempre vês os oitos de cabeça para baixo?!

Ema - Ó pai chega-te mais perto para eu ver melhor. - Assim fiz. Cheguei-me mais um bocadinho para perto do carro da frente.

Cláudia - Qual é o problemas das bolinhas serem diferentes? Quem te disse que a cabeça tem de estar sempre em cima?

Eu - Então fica mal. É como ter a cabeça debaixo do cú! Não faz sentido. Os oitos estão de cabeça para baixo e mais nada.

A certa altura da discussão já a Ema concordava comigo. Isto é que é poder de persuasão! De facto os oitos da matricula do papa-reformas estavam de cabeça para baixo.

 

Mas na verdade tudo não passa de ilusão de ótica. À medida que o carro da frente se move dá a sensação de que a bolinha debaixo do número oito fica mais pequena em relação à bolinha de cima. 

No final de contas rimo-nos que nem uns perdidos à vinda para casa e a viagem parece que se fez mais depressa. Isso é que interessa.

 

 

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