Em busca de umas sapatilhas perdidas no cérebro.
Dezembro 19, 2017
Ricardo Correia
Andava ás voltas no shopping, em busca de uma prenda para a Cláudia, que esta me tinha pedido. Curiosamente ela pediu-me umas sapatilhas novas. Até achei bastante interessante o desafio, de comprar algo de uso pessoal, mas para uma mulher. Ora, não deve haver nada mais fácil do que escolher umas sapatilhas, certo? Até porque sei o número que ela calça, e quanto a gostos também não devo ter grande problema, porque como homem que sou, domino perfeitamente essa tarefa.
Ás páginas tantas, olhava para as montras para ver se tinham sapatilhas em destaque e se me enchiam as medidas. Ao fim de três montras e três lojas, e de não encontrar nada que me agradasse, à medida que ia avançando no shopping o meu cérebro puxava-me para olhar para os pés das pessoas que passassem.
Então, já via sapatilhas por todo o lado, acho que estava mesmo a sufocar com tanta sapatilha à minha volta. E o mais engraçado é que ninguém trazia sapatilhas iguais. Eram todas de estilos diferentes e cores diferentes. Nunca pensei que pudesse haver centenas de sapatilhas a passear pelo shopping áquela hora para me dificultar a tarefa. Já dava comigo próprio, em conversa privada com o meu cérebro: "ehh, aquelas são feias... ; não, ela não calçava aquilo... ; credo, que cor mais horrorosa... ; não, também não gosto...." !
Desta feita cada vez que entrava numa loja e via todo o arsenal de sapatilhas, que tinham nas prateleiras, inconscientemente já olhava também para os pés que circundavam por ali à minha volta.
O pior de tudo, foi que quando saí de casa, já trazia as sapatilhas que eu queria comprar desenhadas no meu cérebro, mas parece que até agora ainda ninguém se lembrou de as fabricar. Esse é que é o problema maior.
Como também sou um sovina de primeira, não me deixo vencer tão facilmente pela etiqueta do preço. Preciso bater com a cabeça em alguma parede e ficar doido, para dar por umas sapatilhas os preços exorbitantes que as lojas dos shopings pedem. Eu sei que pedir não custa, e eles também têm as rendas exorbitantes para pagar da loja, à administração do shopping, mas à certos preços que já considero furto.
"Ridiculousness that much?", Sim deveras ridículo. Quando voltei a mim cheguei à brilhante conclusão que escolher calçado para mulheres é impossível.
Quem sabe se para o próximo Natal me coloco novamente nessa aventura!