Sobre as palavras caem arte, por vezes profunda por vezes intensa, por vezes mágica. É a ligação entre a realidade e o que queremos acreditar. Dos livros saem frases sentidas, contidas, ou até imaculadas. São veneno, são doçura, são criança ou travessura.
São os contos que me agradam. As histórias! Policiais, aventuras, romances ou loucuras. Adoro ter aquela sensação de fazer parte da história. Bisbilhotar a vida dos outros, vivê-las tão intensamente, partilhá-las com os outros como se fossem minhas.
Porque sinto que a minha vida torna-se um vazio sem os livros. Enfadonha, chata, triste e solitária. Fria como uma noite de inverno. Os livros são sem dúvida grandes companheiros. Têm presença, conversam connosco quais poetas sibilantes.
Descobri no entanto como era sóbrio rabiscar num papel em branco! Palavras, frases, mesmo sem nexo, sem sentido de senso comum, só pelo prazer de preencher o que não estava lá. O texto! Um texto, um qualquer, ou simplesmente um conjunto de ideias, por mais estapafúrdias que possam parecer. Porque no fim de tudo, quando olhava o cenário, este era muito mais belo, assim rabiscado.
Sentei-me na poltrona. Liguei a televisão e permiti que as imagens me invadissem, me penetrassem a íris e me assaltassem o cérebro. Trabalhei as sensações. Mas no fim de contas estava vazio. As cenas eram o que eram! As falas já estavam ditas! As personagens estavam criadas. Os sons espalhavam-se no ar! E percebi então que não havia magia!
Voltei para junto dos meus amigos. Onde a minha imaginação é livre e onde eu sou o realizador da história. Posso repetir as cenas vezes sem conta e recria-las, com vozes diferentes, novos figurinos. Colocar a paisagem ao meu gosto, verdejante e alegre ou cinzenta e triste, e vestir as personagens de acordo com a minha moda sem preconceitos ou opiniões exteriores. Um livro é um amigo para toda a vida. E podemos recordá-lo anos a fio.
É intelectualmente desenvolvido em várias áreas pedagógicas. Um livro é um mentor de sobrevivência essencial.